Sentiu minha falta?

Não sei se você percebeu, mas não uso o Instagram há mais de um mês. Com isso, percebi que estamos tão acostumadas a acompanhar as pessoas pelas redes, que sumindo de lá dá uma sensação de perder um pouco o contato, né?

Mas não é essa minha intenção. Por isso te escrevo, pra gente manter esse contato e ir cultivando esse vínculo. De uma forma um pouco diferente do Instagram, mais demorada, com mais qualidade, mais profundidade, me soa até como uma troca mais real. Pelo menos, por enquanto.

Esse eclipse de setembro passou por aqui deixando marcas. Foi no signo de virgem, no eixo virgem Peixes, opostos complementares.

Vamos revisar os significados dos signos?

Virgem é terra: fala de ordem, limpeza, serviço, utilidade, praticidade, organização.

Peixes é água: fala de sonhos, emoções, intuição, sensibilidade.

Por isso, são opostos complementares. Eles nos lembram que praticidade sem sonho é aridez, e que sonho sem chão é ilusão.

Minha astróloga me disse que: esse ano todo assunto de Virgem seria importante no meu mapa e olha, foi babado.

Esse eclipse abriu espaço… espaço pra mudar, pra me ouvir.

E o mini-surto de apagar o instagram?

Tudo começou com um convite da minha tia: um café com as sobrinhas.Ela me chamou por outras pessoas, porque eu não atendia o telefone, e quando tentei mandar mensagem pra ela, simplesmente não tinha whatsapp. Achei que tinha salvado o número errado e confirmei, o número estava certo. Ela só não tinha whatsapp mesmo. Fiquei chocada!
Sim, essa tia moderna, viajada, independente, que sempre morou sozinha e construiu a própria vida… vive muito bem sem WhatsApp. Ali me veio uma epifania: quanto tempo ela tem pra ela mesma?
Como ela conseguiu romper com a bolha do “todo mundo tem que ter e fazer”?

Pensei:

“Se ela consegue ficar sem whatsapp e ter mais tempo e qualidade pra ela, mesmo com todo mundo dizendo que ela tem que ter whatsapp, então eu posso ficar um tempo sem Instagram!”

E foi o que eu fiz. Num impulso, quase num surto, sem pensar muito, apaguei o aplicativo e desde então nunca mais entrei.
E ufa!

Foi um alívio! Uma paz,.e mais: ABRIU ESPAÇO PARA FLUIR A MINHA CRIATIVIDADE!

Fui pro encontro, estive presente, tirei fotos, mas não postei nada.
E, pela primeira vez em muito tempo, senti liberdade de viver sem precisar mostrar.

E sobre a criatividade, ela é um recurso precioso que deve ser canalizado de uma forma mais fluida, como água fluindo numa correnteza de rio.

E essa criatividade toda…

Minha libido desde então está sendo direcionada espontaneamente para várias áreas da minha vida.

Para imersão Ubuntu, que será em novembro na África do Sul, e todos os preparativos que envolvem esse terreno fértil de (ori)entação e guiança.

Redecorei minha casa, pintei paredes, coloquei quadros no lugar, transformei um pedaço de árvore numa luminária lindíssima de luz aconchegante. 

Comecei uma nova pós graduação em psicodrama, que está abrindo minha mente e meu coração, renovando minha atuação clínica como psicóloga individual e de grupos.

O que aconteceu por aqui foi pegar minha energia de criatividade que estava sendo desperdiçada nas redes sociais e comecei criar livremente. Fui fluindo, criando e pedindo ao universo pra me mostrar a direção. Porque não quero abandonar o contato com meu campo de comunicação, com a comunidade da Livremente mulher, do meu lado comunicadora e “produtora de conteúdo”. Só quero ter uma relação que faça bem pra meu inconsciente, onde eu seja livre para ser essa alma criativa com mais sede de liberdade do que de engajamento…

E pedi por sonhos (dica maravilhosa que deixo pra você, amiga). Peça para seu sonho o caminho: o seu inconsciente é atemporal.

Até que chegou um sonho:  que eu me correspondia com vocês através de um e-mail carta, e como eu levo sonhos a sério, aqui estamos. Assumo, claro, a auto responsabilidade disso (mesmo sabendo que toda máquina foi desenhada pra tirar meu direito de escolha). Mas um dia posso mudar, e  escolher melhor como estar no Instagram.  Foram tantas regras de algoritmo, que eu me perdi um pouco por lá e parei para recalcular a rota. Até lá, vou continuar te escrevendo por aqui.

Hoje é dia 10/10: um portal de recomeço. Me sinto aproveitando essa energia para tentar potencializar minha criatividade através da minha verdade. Por isso, te escrevo essa “carta”, ao invés de postar meu café da manhã nos stories pra mostrar que tô viva, ativa e bem (o que nem sempre é verdade). 

Eu quero que esse movimento seja de inspiração pra você também, se fizer sentido.

Acabamos de passar por uma lua cheia em Áries, com a lunação em Libra. 

Áries: eu, individualidade, coragem, iniciativa. 

Libra: os outros, a cooperação, o equilíbrio, a balança.

A  (ori)entação que essa lunação inspira é bem o espírito Ubuntu: acreditar em si mesmo, assumir com coragem própria verdade com o equilíbrio de olha para o outro e integrar que não fazemos nada sozinhos, somos autores, diretores e protagonistas da nossa vida, mas todos os outros autores tem igualmente um papel importante. Ubuntu – eu sou, porque somos.

Te escrevo agora da rede da minha casa, vejo as flores no meu quintal brotando do pé de maracujá, os passarinhos cantando. Escuto o cancan, o sabiá, o bem-ti-vi, e sei que tudo aqui já foi sonho e de alguém que recalculou a rota pra viver a própria verdade. E é isso que desejo, que possamos cada vez mais manifestar nossos sonhos pautados na verdade do nosso Ori, da nossa essência divina.

Um abraço apertado, minha irmã. E até a próxima carta!